terça-feira, 13 de setembro de 2011

Usuários da CPTM sofrem com superlotação e falta de planejamento do Estado

Sei bem o que é passar por isso. 



Quem depende dos trens da CPTM - Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - sofre com a superlotação do sistema, agravada por intervalos excessivos entre as composições, inclusive nos horários de maior movimento. Na Linha 7-Rubi, que liga a Estação Luz, no centro, a Jundiaí, no interior, as pessoas precisam se espremer nos vagões para seguir viagem durante o pico da manhã. Ali, há, em média, 8,4 pessoas por metro quadrado – o ideal, considerado confortável, é de até 6 usuários.

O aumento de usuários é explicada por novas conexões com o Metrô, como, por exemplo, a que passou a existir em junho com abertura da transferência entre as estações Pinheiros da Linha 4-Amarela e da CPTM.

Outro dado que ilustra bem esse fenômeno é o grande aumento de conexões feitas na Estação Santo Amaro, que liga a rede de trens à de metrô na zona sul. Em média, o número diário de passageiros baldeando ali em agosto foi 44% maior do que no mesmo mês do ano passado. Atualmente, são 66,2 mil transferências por dia.
Isso aconteceu porque naquela estação, o passageiro da Linha 5-Lilás pode fazer a transferência para a Linha 9-Esmeralda da CPTM e, posteriormente, chegar à Linha 4 (na Estação Pinheiros), acessando assim o resto da rede metroviária.

Segundo a CPTM, o número de pessoas que usam conexões com o metrô crescerá a partir de quinta-feira, quando serão entregues as estações República e Luz da Linha 4, inclusive com uma nova interligação com a CPTM, na Luz. Desta forma, 100 mil pessoas serão beneficiadas, disse a estatal.


Falta planejamento 

Para o governo do Estado, a crescente lotação das seis linhas da CPTM se explica pela ampliação metroviária e pela modernização da rede.

No entanto, Horácio Augusto Figueira, consultor em engenharia de transportes, explica que paralelamente à criação de novas conexões, a rede de trens deve passar a oferecer intervalos menores entre as composições, para absorver o fluxo de passageiros.

Na linha com o maior número absoluto de passageiros por dia, a 11-Coral, da Luz a Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, os usuários dizem esperar até três trens para embarcar no rush. “Às 17h fica difícil entrar, porque o trem chega lotado”, diz a autônoma Elizabeth Oliveira, de 54 anos. “Não adianta ter ar-condicionado se os trens andam abarrotados”, diz a educadora Amanda Lovato, de 28, que vai de Itaquera ao Brás.

Com 568 mil passageiros/dia, a linha tem duas vezes mais usuários do que a Linha 5 do Metrô. A CPTM informou que as seis linhas passam por modernização e que, neste ano, os investimentos são de R$ 1 bilhão.

fonte: Jornal da Tarde



Um comentário:

  1. Enquanto o intervalo médio entre os trens do metrô é de 2-3 minutos nos horários de pico (e isso não é suficiente, na maior parte das vezes), na CPTM é de 10.
    Na estação Julio Prestes foi feita uma retificação em uma das plataformas para corrigir o traçado e permitir que os trens entrassem na estação em maior velocidade, mas isso não modificou o intervalo. Na época da obra perguntei a um funcionário da estação por que estavam fazendo a obra e ele respondeu que era para ter "qualidade de metrô", ou seja intervalos menores entre as composições. Infelizmente, desde a conclusão da obra esse intervalo não diminuiu. Nem mesmo a chegada de novos trens da linha 7.000 (modernos e com ar condicionado, mas com apenas 8 carros, em lugar dos 12 dos trens antigos) modificou a capacidade da estação. Mas a Julio Prestes é bastante tranquila, mesmo em horário de rush.
    Difícil, mesmo, é a Luz. Agora, dizem, estão readequando a estação e, enquanto mais uma obra atrapalha (esperamos que seja para melhorar de fato), os trens para Rio Grande da Serra, que servem a região do ABC, estão saindo do Brás.
    Já o metrô anda cada vez mais lotado. A inauguração do novo horário da linha amarela mostrou o quanto o sistema tem demanda e, o que é ruim, enormes dificuldades: já levei 20 minutos para ir da plataforma da estação Consolação à plataforma da estação Paulista às 18h30 por conta da multidão de usuários. A cena é tão bizarra que os usuários tiramo fotos com celulares para "registrar" a dificuldade.
    Há uma grande demanda por transporte público de qualidade. O metrô é prova disso. Se for bem planejado, dimensionado e, mais importante, construído - coisa que 20 anos de tucanato não conseguiu avançar- as pessoas usam.
    Segundo pesquisas, ao ritmo de 1,7 km de metrô por ano, levaria 80 anos para atender a demanda DE HOJE. Daqui a 80 anos o que teremos, então?

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