terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Após protestos moradores são perseguidos e ameaçados pela Polícia Militar e pela Polícia Civil





É o Governo de São Paulo trabalhando por você: branco, burguês, racista, elitista e viúva da Ditadura. Agora, se você for pobre, é pau e bala mesmo, e nem pense em reclamar...





Eis aí, mais uma vez, o preço da ousadia. Cansados do descaso e da truculência do “poder público”, centenas de famílias do Jd. Lucélia, Vila Nascente e Vila Nova Grajaú se manifestaram em busca de uma solução digna para a situação de calamidade que têm vivido, com suas casas inundadas em função de uma obra da Prefeitura mal-feita e mal-acabada.

Não bastassem as violentas pressões para despejos e remoções absurdas -sem qualquer alternativa digna -, que têm vitimado há meses milhares de famílias de toda a região; não bastasse a violência das águas - potencializada por obras de péssima qualidade e por possíveis ações deliberadas para afogar comunidades inteiras, conformando verdadeiro crime de lesa-humanidade; não bastasse o abandono – nenhum grupamento de Bombeiros, Defesa Civil, SAMU ou mesmo a polícia, atendeu às chamadas da população durante as enchentes; nos últimos dias, nestas três comunidades, depois das mobilizações da última semana, a única resposta obtida do chamado "poder público" foi o aumento da repressão: durante os atos da semana passada, como noticiamos amplamente, dezenas de policiais do Choque e da Tática reprimiram violentamente os moradores desesperados e indignados.

A partir de então, passados os momentos de maior desespero, ao invés da criação de alternativas concretas que amenizassem o sofrimento das famílias, várias viaturas da Polícia Militar têm ficado 24 horas por dia nas principais entradas dessas comunidades, adentrando periodicamente suas ruas e vielas, provocando terror na população.

Investigadores à paisana têm aparecido na comunidade, muitas vezes com câmeras e fotos à caça de bodes expiatórios – negros e pobres – para a total incompetência do estado. Como se isto não bastasse, moradores já foram espancados, e muitos têm sido regularmente ameaçados de forma brutal, pelos policiais, que buscam alguma espécie de “vingança”, a qual parece ter como busca principal as supostas “lideranças locais” que organizaram as mobilizações, mas se estende a todo o conjunto dos moradores que estejam “na hora errada no lugar errado” – na visão preconceituosa destes agentes. Os policiais têm invadido a esmo casas e barracos no bairro, fazendo ameaças das mais diversas: de prisões, de agressões e torturas, a ameaças mais graves.

Inúmeros moradores, que já tinham perdido praticamente tudo e hoje se encontram numa situação de extremo desespero e revolta, estão sendo provocados ou aterrorizados por estes “agentes estatais” – os quais por essa razão deverão ser devidamente responsabilizados se novas tragédias acontecerem por lá. Basta se fazer uma visita à comunidade, à luz do dia, para facilmente se notar a presença de 8 a 10 viaturas da polícia em cada uma das entradas da favela, e dos policiais circulando pelas ruas, becos e vielas, “esculachando” diversos moradores.

Em função disso, solicitamos a todas as instituições e a todos os militantes dos direitos humanos solidários à luta do povo da periferia, que pressionem o “poder público”, especialmente a própria polícia, por meio da Ouvidoria da Polícia Militar, para que as perseguições e retaliações sejam IMEDIATAMENTE SUSPENSAS, inclusive para solicitar que os policiais saiam das comunidades, que nesse momento necessitam de obras de drenagem, de atendimento habitacional, de amparo do corpo de bombeiros nos momentos de enchente, mas não da Polícia Militar, que busca impedir novas mobilizações populares.

Pedimos também aos advogados e defensores públicos que nos APÓIEM JURIDICAMENTE, caso se cumpram as ameaças de prisão ou outras até mais graves, partidas dos agentes policiais.


4 comentários:

  1. Os caras já voltaram a ter a cara de pau de invadir um sindicato...

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  2. Já invadiram a USP no ano passado, o próximo passo é começar a sumir gente, se é que já não começou a sumir e a gente não sabe...

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  3. Tipo, auto de resistência seguido de morte continua comum.
    Aliás, me arrisco a dizer que desde o primeiro quilombo...

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