sábado, 4 de maio de 2013

SP: padre excomungado ganha manifestação de apoio em Bauru


Terra

Cerca de 300 pessoas participaram de um protesto durante a manhã deste sábado em Bauru


O grupo se reuniu em frente Catedral do Divino Espírito Santo, na praça Rui Barbosa, centro da cidade. No local os manifestantes ocuparam a escadaria do prédio onde rezaram e disseram frases de protesto como “abaixo a hipocrisia”. Alguns gritavam que “aconteça o que acontecer, estamos com padre Beto”.Cerca de 300 pessoas participaram de um protesto durante a manhã deste sábado em Bauru, a 339 km de São Paulo, em apoio ao padre Roberto Francisco Daniel, o padre Beto, excomungado pela Igreja Católica na última segunda-feira. O religioso foi punido pela cúpula da igreja depois de opinar na internet sobre assuntos considerados polêmicos pela instituição, tais como homossexualidade e infidelidade no casamento. A manifestação foi organizada pelo Facebook.

De lá o grupo seguiu pelo calçadão da rua Batista de Carvalho – principal corredor comercial da cidade - até a praça Machado de Mello. Católicos, espíritas, pessoas sem religião, além de representantes do movimento LGBT participaram da caminhada. Durante o trajeto os manifestantes rezaram e cantaram canções da Igreja Católica. Muitos seguiam com cartazes e agitando lenços brancos. Pessoas que passavam pelo local e funcionários das lojas do calçadão pararam para observar o protesto.
O professor Reginaldo Tech, um dos organizadores da manifestação, revela não ter religião, mas se diz desrespeitado com a atitude da Diocese. “É um desrespeito não só com o padre, mas com todos nós. Ele só tem uma visão mais moderna sobre alguns assuntos”, avalia. Segundo ele, assim que a Diocese tornou público o pedido de retratação, um grupo de pessoas favoráveis ao padre montou o grupo de discussão “Eu apoio o padre Beto” na mesma página de relacionamentos.
Em apenas três dias, de acordo com Reginaldo, mais de 400 pessoas demonstravam apoio. O número subiu para 2,5 mil depois da excomunhão. E lá surgiu a ideia da manifestação. “Gente de todo o Brasil participa. Quem não pode estar aqui hoje vai postar mensagens de apoio, como uma ‘passeata’ virtual”, explica.
A aposentada Maria Cristina Queiróz se diz desiludida com a Igreja após a excomunhão do padre. Apesar de a família ser católica, ela relata que ficou afastada da igreja por muitos anos. “Eu não concordava com a postura conservadora dos padres. Foi por causa do padre Beto que eu voltei a frequentar as missas. Ele desmistificou muitos assuntos e trouxe a palavra de Deus para os dias de hoje. Não vou mais à igreja, sinto vergonha do que aconteceu”, revela.
Opinião compartilhada pela autônoma Maria Inês Faneco, que é homossexual. Ela diz que sempre se sentiu acolhida pelo religioso. “É uma injustiça muito grande porque ele não feriu nenhum dogma. Ele era o único padre que sempre abriu as portas da igreja para todos nós. Para mim a Igreja Católica acabou”, comenta.
Para o vereador Marcos Antonio de Souza, o Markinho da Diversidade, que também é militante e um dos fundadores da Associação Bauru pela Diversidade (ABD), a igreja deveria se preocupar em excomungar padres pedófilos. “Com essa atitude todos saímos perdendo, principalmente a igreja que perde fiéis”


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