Não é nova a idéia de que o conservadorismo e o preconceito estão
ligados umbilicalmente. Vários estudos já realizados chegaram a essa
conclusão. A novidade é que o posicionamento conservador e o preconceito
podem estar ligados à baixa inteligência.
Um estudo feito por pesquisadores de uma universidade de Ontario, no
Canadá, chegou a conclusões bastante interessantes: adultos de baixo QI
ou com dificuldades cognitivas tendem a ter atitudes conservadoras e
preconceituosas (racismo, homofobia, machismo etc).
O estudo foi dirigido pelos pesquisadores Gordon Hodson e Michael A. Busseri, do departamento de Psicologia da Universidade Brock, de Ontario, e foi publicado pela revista Psychological Science.
Os dados levam a crer que as pessoas menos inteligentes se sentem
atraídas por ideologias conservadoras porque estas exigem menos esforço
intelectual, pois oferecem estruturas ordenadas e hierarquizadas, onde o
indivíduo pode se sentir mais confortável.
É bom deixar claro que inteligência nada tem a ver com escolaridade.
Há vários exemplos históricos (como a Comuna de Paris ou a Revolução
Russa) em que as classes mais baixas e com menos escolaridade se
mostraram as únicas capazes de pensar de maneira progressista.
Hodson afirma que “menor capacidade cognitiva pode levar a várias
formas simples de representar o mundo e uma delas pode ser incorporada
em uma ideologia de direita, onde ‘pessoas que eu não conheço são
ameaças’ e ‘o mundo é um lugar perigoso ‘…”.
A grande contribuição dessa pesquisa pode ser a criação de novas
formas de combater o racismo e outras formas de preconceito. “Pode haver
limites cognitivos na capacidade de assumir a perspectiva dos outros,
particularmente estrangeiros”, entende Hodson, já que a crença corrente é
que o preconceito tem origens emocionais, não cognitivas.
O que será que Marco Feliciano e Silas Malafaia têm a dizer sobre isso?
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