terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Lukács sobre o jornalismo


Gyögy Lukács, o maior filósofo do século XX

Este trecho foi retirado do livro A Evolução Política de Lukács (1909-1929)*, do grande pesquisador brasileiro (e internacional) Michael Löwy, excerto no qual é descrito de forma breve e magistral o papel social do jornalismo na sociedade capitalista. É evidente que não se trata de generalização, até mesmo porque o filósofo húngaro teve a oportunidade de conviver com um jornalista comprometido com a causa da humanidade, Antonio Gramsci.
Eis o trecho:

"(...) Lukács mostra os efeitos do capitalismo, sua essência tirânica e destruidora de toda a humanidade também sobre as camadas não proletárias (ou semi-proletárias) do povo, em particular da intelligentsia. O intelectual torna-se vendedor de suas faculdades espirituais coisificadas: a própria subjetividade, o saber, o temperamento, a faculdade de expressão, transformam-se em mercadorias, que se põem em movimento segundo leis próprias, independentemente da personalidade do indivíduo. Segundo Lukács, "esta estrutura se mostra em traços os mais grotescos no jornalismo... A falta de convicção dos jornalistas, a prostituição de suas experiências e de suas convicções pessoais só se pode compreender como o ponto culminante da reificação (coisificação/alienação) capitalista".

Discordo quanto a prostituição, pois se trata de uma profissão digna, na minha opinião, o trabalho sujo dos jornalistas mundo afora, e por aqui (PIG), está mais para jagunçagem. Agora, cá entre nós, qual foi o primeiro rosto que veio a mente de vocês quando o mestre húngaro citou as palavras Grotesco e Prostituição?



* LÖWY, Michael. A Evolução Política de Lukács (1909-1929). São Paulo, Cortez Editora, 1998. p. 220





  

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