terça-feira, 31 de julho de 2012

Denunciado um macabro espetáculo de acusações contra Cuba


  
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(Prensa Latina) Meios de imprensa estrangeiros e dos Estados Unidos tramaram um "macabro espetáculo" para acusar Cuba de ter cometido um assassinato político, em um acidente de trânsito onde faleceram dois cidadãos do país, denunciou hoje o jornal Granma.


  No editorial A verdade e a razão, o jornal assinala que desde o último dia 22 de julho, os meios publicaram mais de 900 notas e 120 mil mensagens nas redes informáticas sobre o lamentável acidente de trânsito ocorrido naquela tarde, no qual faleceram dois cidadãos cubanos e ficaram lesionados um espanhol e um sueco.

"Só os mais vociferantes da máfia anexionista de Miami acusaram Cuba de ter cometido um assassinato político", expressa o jornal, e aponta o candidato republicano nos Estados Unidos Mitt Romney, o Departamento de Estado e o porta-voz da Presidência do Chile entre os quais pediram "uma investigação transparente".

O texto recorda que uma nota informativa do Ministério do Interior, publicada no último 27 de julho, rechaçando tais insinuações, com depoimentos irrefutáveis de peritos e testemunhas presenciais, incluídos os dois estrangeiros participantes do trágico acontecimento.

"É conhecida a história imaculada de uma Revolução que triunfou e tem sido defendida durante meio século sem nenhuma execução extrajudicial, sem um desaparecido, um torturado, um sequestrado, sem nenhum ato terrorista", expressa o texto.

Assim mesmo, reitera que não é Cuba, senão os Estados Unidos, que ostenta um vergonhoso recorde em matéria de assassinatos políticos e execuções extrajudiciais.

Há abundante evidência de que o governo norte-americano segue a política de mudança de regime" na nação, mediante o bloqueio econômico, político e mediático e a subversão. O Granma destaca que ao apresentar os fatos, o monopólio financeiro-mediático, que tradicionalmente difama Cuba, se concentrou em enaltecer os supostos "lutadores pela liberdade" sem respeitar limites éticos nem a morte de seres humanos.

"Não se pode tampar o sol com um dedo: apesar da censura e da manipulação, é bem sabido que, em nossa terra, a contrarrevolução sempre tem sido e é mercenária. São agentes vulgares que o governo dos Estados Unidos e seus aliados pagam, abastecem e instruem. Traem a sua Pátria por umas moedas", sublinha o editorial.

Para o jornal o mais interessante da desproporcional cobertura de imprensa internacional aos fatos, é que obviamente o verdadeiro objetivo da visita à ilha dos dois políticos europeus feridos.

Explica que o motorista do automóvel, Ángel Carromero Bairros, não era precisamente um turista espanhol senão que ocupa o cargo de vice-secretário geral de Novas Gerações, setor juvenil do Partido Popular da Espanha, próximo a conhecidos anticubanos como o ex-presidente José María Aznar e Esperanza Aguirre, presidenta da Comunidade de Madri.

O outro passageiro era Jens Aron Modig, líder do Partido Democrata Cristão Sueco, cópia do ultraconservador "Tea Party" norte-americano, e presidente de sua Liga Juvenil, com vínculos, entre outras organizações anticubanas, com o Instituto Republicano Internacional e vinculado aos que fustigam o país caribenho a partir da direita nórdica.

Entraram em Cuba no dia 19 de julho, com visto de turistas, e dissimuladamente, em violação de seu status migratório, envolveram-se em atividades claramente políticas contra a ordem constitucional, como parte de uma operação para trazer financiamento ao contrarrevolucionário Movimento Cristão Libertação, que presidia Oswaldo Payá, um dos mortos no acidente.

Só entre 2009 e 2012, o Departamento de Estado e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) receberam um orçamento público de 75 milhões de dólares para programas subversivos contra Cuba detalha o Granma.

A esse respeito, o presidente cubano, Raúl Castro, disse recentemente que "os Estados Unidos não cessam em seu afã de formar uma quinta coluna em solo pátrio e no emprego de novas tecnologias com fins subversivos".

Os grupos mais reacionários e violentos de Miami não cessam em seus propósitos de incitar o povo à "rebelião" contra o governo que, livre e soberanamente, foi eleito. Sonham com desestabilizar o país, criar condições para repetir o que ocorreu na Líbia ou Síria e provocar uma intervenção militar norte-americana, indica o jornal.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Organizações lançam petição pelo fim da Polícia Militar. Após atingir mil assinaturas, a petição será encaminhada à Presidência da República, ao Congresso e ao STF


Fora com um dos últimos entulhos da ditadura


A Rede Nacional de Familiares e Amigos de Vítimas da Violência do Estado lançou uma petição pública neste domingo (29) pela desmilitarização das polícias do Brasil. Após atingir mil assinaturas, a petição será encaminhada à Presidência da República, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF).  Para assinar clique aqui.
A campanha é um desdobramento da audiência pública realizada na quinta-feira (26), em que entidades de direitos humanos, movimentos sociais e membros do Ministério Público Federal exigiram o fim da Polícia Militar e apoiaram o pedido do Procurador Federal da República, Matheus Baraldi, de afastamento do comando da corporação do Estado de São Paulo.

Carta à Presidenta
O movimento Mães de Maio junto com a Rede Nacional de Familiares e Amigos de Vítimas da Violência do Estado protocolou na quarta-feira (25), em Brasília, uma carta à presidenta Dilma Rousseff, cobrando 15 medidas que, há seis anos, não saem do papel, dentre elas o acompanhamento federal jurídico e político do crescimento da violência no Estado.
Também pedem um parecer sobre a federalização dos crimes de maio de 2006, abolição dos registros de casos de "resistência seguida de morte" nos inquéritos policiais, tidos como inconstitucionais, e a criação de uma Comissão da Verdade para crimes policiais praticados na democracia.
Em nota, o movimento diz que aguarda a confirmação da Presidência da República sobre a data para a Rede Nacional discutir uma política nacional para os familiares de vítimas do Estado Democrático.

Aumento de homicídios
Pela quarta vez consecutiva, os homicídios aumentaram em São Paulo, contradizendo o governador Geraldo Alckmin que disse em entrevista na terça-feira (23) que os indicadores da criminalidade “iriam cair”.
De acordo com as estatísticas divulgadas na quarta-feira (24) pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o aumento foi de 22% em relação ao mesmo período de 2011. Com uma média de 14 mortes por dia, junho foi o período mais violento nos últimos 18 meses, com 134 mortes – aumento de 47% - contra 90 em junho do ano passado.
Segundo a Ouvidoria da Polícia Militar, só a Rota – Ronda Ostensiva Tobias Aguiar - matou 48 pessoas somente no primeiro semestre na capital paulista. Em comparação com o mesmo período em 2010, os homicídios subiram mais de 100%.
Ao longo dos últimos 30 anos, mais de 1 milhão de pessoas foram assassinadas no país. No período “democrático” brasileiro houve um aumento de 127% no número de homicídios anuais, dos quais as vítimas, em sua maioria, são jovens pobres e negros, conforme demonstram as estatísticas do Mapa da Violência 2012.

sábado, 28 de julho de 2012

Rashit, punk rock turco


Teker Teker (Rashit)




Rashit - Rutin Hayat





sexta-feira, 27 de julho de 2012

Lógica perversa: Itaú lucra 6,7 BILHÕES e demite 9 mil bancários


O banco mais canalha de todos!


Pragmatismo Político

É inadmissível que um banco com esse resultado gigantesco, que não enfrenta nenhum problema, demita tantos trabalhadores, como também estão fazendo o Bradesco e o HSBC

demissões itaú
Funcionários voltam do trabalho sem saber se continuarão no dia seguinte. Foto: Divulgação
No acumulado do primeiro semestre deste ano, o lucro líquido do banco Itaú totalizou R$ 6,730 bilhões. Na maior caradura, porém, a poderosa instituição financeira alardeia na mídia rentista que está em dificuldades – que teve queda de 5,6% nos seus lucros na comparação com o mesmo período de 2011. Esta é a desculpa esfarrapada para dispensar milhares de trabalhadores. Entre junho de 2011 e junho último, o Itaú demitiu 9.014 bancários – 8,8% do seu quadro funcional. Só no segundo trimestre deste ano foram 3.777 vítimas.
Com o amparo de alguns “especialistas” da imprensa – na verdade, porta-vozes do oligarquia financeira -, o banco alega que a queda “abrupta” da taxa de juros – seja da Selic, patrocinada pelo Banco Central, ou das instituição públicas, bancada pelo governo – prejudicou os seus negócios. O Itaú também joga a culpa nos clientes, difundindo que houve aumento da inadimplência decorrente do “crédito fácil”. As duas desculpas também são esfarrapadas. Bravatas de banqueiros e dos seus “calunistas” da mídia.

Diante da queda da taxa de juros, que não teve nada de “abrupta” e continua das mais altas do mundo, os bancos elevaram suas taxas de serviços e passaram a ser mais seletivos. Já no que se refere à inadimplência, ela permaneceu praticamente estável – atingindo 5,2%, alta de 0,1 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior e de 0,7 ponto em relação a igual período de 2011. Nada justifica o Itaú aniquilar tantos empregos e penalizar tantas famílias de trabalhadores – a não ser a gula por lucros estratosféricos.

“É inadmissível que um banco com esse resultado gigantesco, que não enfrenta nenhum problema, demita tantos trabalhadores, como também estão fazendo o Bradesco e o HSBC. É uma política socialmente irresponsável, que joga contra o desenvolvimento e os interesses do país”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Sistema Financeiro (Contraf-CUT).

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Letalidade da Rota cresce 78% em cinco anos. Segundo a Ouvidoria da Polícia, a unidade matou 48 pessoas só neste ano


Barbárie eterna

O batalhão da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), a unidade de elite da polícia paulista, aumentou seu índice de letalidade em 78% em um período aproximado de cinco anos, entre 2007 e 2011.
Segundo dados da Ouvidoria da Polícia, a unidade matou 46 pessoas que teriam resistido à prisão em 2007. Nos anos seguintes o número foi se elevando até atingir 82 em 2011 — o que representa uma variação de 78%.
Só no primeiro semestre deste ano o número de vítimas fatais da Rota já chega a 48 pessoas. Em maio, o mês que antecedeu a recente onda de ataques contra policiais, unidade matou 17 pessoas, dez a mais que no mês de abril (142% de alta, sendo que a média da PM foi de 44%).
Com aproximadamente 750 policiais, o batalhão hoje representa menos de 1% do efetivo total da PM, de quase 81 mil homens. Porém, no período entre 2007 e 2011 foi responsável por 14% dos mais de 2.200 casos de "resistência seguida de morte" registrados pela corporação como um todo.
Soluções
O ouvidor da polícia Luiz Gonzaga Dantas pretende discutir com as cúpulas da Segurança Pública e da Justiça duas medidas para tentar diminuir o número de pessoas mortas em suposto confronto com a Polícia Militar.
Uma delas é a adoção de uma regra na qual os PMs ficariam impedidos de levar para o hospital suspeitos baleados em trocas de tiros com policiais. Eles seriam obrigados a chamar uma ambulância da prefeitura ou do Corpo de Bombeiros para fazer o socorro.
Atualmente são os próprios policiais que levam suas vítimas ao pronto-socorro dentro do carro de polícia.

Segundo Dantas, a mudança faria com que as vítimas fossem atendidas por pessoal especializado — aumentando suas chances de sobrevivência — e dificultaria eventuais tentativas dos policiais de executar os suspeitos no caminho para o hospital.
'Recebemos denúncias na ouvidoria de que alguns casos nos quais (um suspeito) leva um tiro na perna ou no braço mas chega no hospital morto', diz Dantas. 'Essa medida vai fazer com que a sociedade não desconfie da atuação da polícia', afirma.
A outra medida seria enviar todos os casos de 'resistência seguida de morte' para juízes do Tribunal do Júri, que são especializados em julgar casos de homicídios.
Atualmente, os casos são repassados também para juízes de outras especialidades, segundo Dantas.

Nota do Blog: a solução é extinguir esse bando.


terça-feira, 24 de julho de 2012

Pela extinção da PM



O primeiro PM, essa praga deve acabar



No final do mês de maio, o Conselho de Direitos Humanos da ONU sugeriu a pura e simples extinção da Polícia Militar no Brasil. Para vários membros do conselho (como Dinamarca, Espanha e Coreia do Sul), estava claro que a própria existência de uma polícia militar era uma aberração só explicável pela dificuldade crônica do Brasil de livrar-se das amarras institucionais produzidas pela ditadura.
No resto do mundo, uma polícia militar é, normalmente, a corporação que exerce a função de polícia no interior das Forças Armadas. Nesse sentido, seu espaço de ação costuma restringir-se às instalações militares, aos prédios públicos e aos seus membros.
Apenas em situações de guerra e exceção, a Polícia Militar pode ampliar o escopo de sua atuação para fora dos quartéis e da segurança de prédios públicos.
No Brasil, principalmente depois da ditadura militar, a Polícia Militar paulatinamente consolidou sua posição de responsável pela completa extensão do policiamento urbano. Com isso, as portas estavam abertas para impor, à política de segurança interna, uma lógica militar.
Assim, quando a sociedade acorda periodicamente e se descobre vítima de violência da polícia em ações de mediação de conflitos sociais (como em Pinheirinho, na cracolândia ou na USP) e em ações triviais de policiamento, de nada adianta pedir melhor "formação" da Polícia Militar.
Dentro da lógica militar, as ações são plenamente justificadas. O único detalhe é que a população não equivale a um inimigo externo.
Isto talvez explique por que, segundo pesquisa divulgada pelo Ipea, 62% dos entrevistados afirmaram não confiar ou confiar pouco na Polícia Militar. Da mesma forma, 51,5% dos entrevistados afirmaram que as abordagens de PMs são desrespeitosas e inadequadas.
Como se não bastasse, em cinco anos, a Polícia Militar de São Paulo matou nove vezes mais do que toda a polícia norte-americana ("PM de SP mata mais que a polícia dos EUA", "Cotidiano").
Ou seja, temos uma polícia que mata de maneira assustadora, que age de maneira truculenta e, mesmo assim (ou melhor, por isso mesmo), não é capaz de dar sensação de segurança à maioria da população.
É fato que há aqueles que não querem ouvir falar de extinção da PM por acreditar que a insegurança social pode ser diminuída com manifestações teatrais de força.
São pessoas que não se sentem tocadas com o fato de nossa polícia torturar mais do que se torturava na ditadura militar. Tais pessoas continuarão a aplaudir todas as vezes em que a polícia brandir histericamente seu porrete. Até o dia em que o porrete acertar seus filhos.

VLADIMIR SAFATLE


segunda-feira, 23 de julho de 2012

Videla confirma que Igreja ajudou a ocultar desaparecimentos na ditadura argentina




A Igreja Católica (seu alto clero) sempre se desmanchou em elogios e rapapés a ditadores e genocidas do calibre de um Hitler, Mussolini, Pinochet, Videla, Médici, etc, etc, etc... Qual será o próximo füher a contar com a simpatia do Vaticano? 




Opera Mundi


“A igreja ofereceu seus bons ofícios” e “assumiu os riscos”. Com estas palavras, o primeiro líder da ditadura argentina (1976-1983), Jorge Rafael Videla, define a cumplicidade da igreja católica na omissão de informações sobre o paradeiro de pessoas desaparecidas durante os anos de terror no país.

[O ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla (centro), em 1978]

As declarações feitas em 2010 à revista El Sur foram publicadas no último sábado (21/07), devido a uma condição imposta por Videla de que fossem divulgadas somente após sua morte. A restrição foi rompida após a publicação de declarações concedidas por Videla a outros jornalistas.“Durante 24 meses, nada foi publicado. (...) Não acreditamos estar violando um acordo”, justifica o autor, sobre a publicação do conteúdo antes do falecimento do ex-ditador.

Videla concedeu a entrevista durante sua passagem pela prisão de Bouwer, em Córdoba, quando eraréu de um julgamento no qual foi condenado à reclusão perpétua. “A igreja ofereceu seus bons ofícios [em relação ao desaparecimento de pessoas] e aos familiares que tinham certeza que não usariam politicamente a informação, disseram que não procurassem mais seus filhos porque [eles] estavam mortos”, afirmou.

Além de confirmar pessoalmente a participação de bispos da Conferência Episcopal Argentina na ocultação de desaparições, o ditador também minimizou a articulação entre países do Cone Sul para a repressão: “Eu nunca vi uma pasta que dissesse “Operação Condor”. Se tinha unidade na forma de enfrentar o problema, era pela reação frente a uma situação gerada pela União Soviética que estava em confronto com os Estados Unidos”, justifica.

Para ele, as guerrilhas revolucionárias foram estimuladas pelo bloco soviético, que utilizava as lutas contra o colonialismo e a desigualdade social como “argumentos” para “avançar na conquista do mundo”. Quando questionado se a suposta “licença para matar” dos militares incluía torturas, roubo de bebês e de bens, Videla justifica: “Quando se dá tanto poder e liberdade de ação a uma força como o Exército, é inevitável que muitos utilizem estas liberdades em benefício próprio”.
No texto, o jornalista considera que uma das contradições da ditadura foi a negação inicial de que a repressão seria uma "guerra", alegação atual de militares que perpetraram torturas, mortes e desaparecimentos, cujo número de vítimas é estimado em 30 mil por organizações de direitos humanos. Deste modo, argumenta o jornalista, os membros do grupo guerrilheiro ERP (Exército Revolucionário do Povo) não tinham os direitos de prisioneiros de guerra reconhecidos.

Quando questionado sobre o uso desta palavra, Videla afirma que “a guerra não podia ser revelada neste momento”, garantindo que a repressão foi uma resposta “à medida dessa agressão” que “não cumpria com os direitos de guerra”. Segundo ele, hoje se ignora a existência de uma “agressão prévia” à ditadura, o que faz com que as vítimas da repressão sempre contem suas histórias “a partir do momento em que foram presos”, perspectiva que leva a que só os militares sejam julgados.

Documentos

Sobre a revelação da lista de mortos pela ditadura e da localização das fossas comuns onde os corpos foram enterrados, Videla afirma que “muitas coisas [documentos] foram destruídas, porque teve uma ordem. Mas ainda podem existir algumas listas para reconstruir um pouco do acontecido. Deve ter alguma coisa. Mas não acho que publicar as listas hoje traria alívio”, diz, após afirmar que a divulgação dos documentos não foi feita por ser considerada “inconveniente”.

Apesar de afirmar que a informação do paradeiro dos mortos “é um direito que todas as famílias têm”, Videla afirma que os desaparecimentos “eram uma das derivações prováveis” de “uma guerra". “Para mim, fica como uma dívida pendente. Mas não sei como saldá-la. Não sei do destino final dos desaparecidos nem dos voos da morte. Acho que já é uma questão que não poderá ser resolvida, só com o esquecimento”, fala.

Como em outras entrevistas recentes, o ex-ditador atribuiu aos governos do casal Néstor e Cristina Kirchner - que acabaram com as leis de anistia para a retomada dos julgamentos dos militares - a má imagem que tem perante a sociedade argentina. “Nos últimos tempos, isso foi muito atiçado pelo atual governo. Acho que com outro isso poderia amenizar de alguma maneira”, analisa, qualificando a opinião pública como “uma cruz” que terá que carregar para o resto da vida.




sexta-feira, 20 de julho de 2012

Nota Pública: Invasão à Sede Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro!



Todo apoio ao GTNM/RJ



Grupo Tortura Nunca Mais RJ



O GTNM/RJ que há 27 anos vem lutando pela memória, verdade e justiça do período de terrorismo de Estado que se implantou em nosso país e, em menos de 10 dias sofreu duas ameaças das forças retrógadas e saudosistas da ditadura civil-militar.
No dia 11 de julho último, cerca das 14 horas, o GTNM/RJ recebeu um telefonema anônimo em que uma voz masculina, demonstrando tranquilidade, declarou: “estou ligando para dizer que nós vamos voltar e que isso aí vai acabar”. 

Hoje, dia 19 de julho, quando a secretária do GTNM/RJ chegou para trabalhar verificou que a sede do Grupo foi invadida e foram furtados do caixa do Projeto Clínico Grupal a quantia de R$1.567, 37, além de diversos documentos do grupo e notas fiscais de serviço. Alguns arquivos também foram revirados e o computador estava ligado. 

Não tememos estas ameaças, elas não nos intimidarão e não nos farão recuar em nossa luta de quase trinta anos. Já passamos por outras ameaças e outras invasões em nossa sede e em nosso site. 

Continuaremos exigindo e lutando por uma efetiva Comissão Nacional da Verdade e Justiça transparente e pública, pela abertura dos Arquivos da ditadura e pelo cumprimento da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos do caso Araguaia.
Pela Vida, Pela Paz
Tortura Nunca Mais!








terça-feira, 17 de julho de 2012

Menos de 30% dos brasileiros são plenamente alfabetizados, diz pesquisa


10% para a Educação já!


Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil

Apenas 35% das pessoas com ensino médio completo podem ser consideradas plenamente alfabetizadas e 38% dos brasileiros com formação superior têm nível insuficiente em leitura e escrita. É o que apontam os resultados do Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf) 2011-2012, pesquisa produzida pelo Instituto Paulo Montenegro e a organização não governamental Ação Educativa.
A pesquisa avalia, de forma amostral, por meio de entrevistas e um teste cognitivo, a capacidade de leitura e compreensão de textos e outras tarefas básicas que dependem do domínio da leitura e escrita. A partir dos resultados, a população é dividida em quatro grupos: analfabetos, alfabetizados em nível rudimentar, alfabetizados em nível básico e plenamente alfabetizados.
Os resultados da última edição do Inaf mostram que apenas 26% da população podem ser consideradas plenamente alfabetizadas – mesmo patamar verificado em 2001, quando o indicador foi calculado pela primeira vez. Os chamados analfabetos funcionais representam 27% e a maior parte (47%) da população apresenta um nível de alfabetização básico.
“Os resultados evidenciam que o Brasil já avançou, principalmente nos níveis iniciais do alfabetismo, mas não conseguiu progressos visíveis no alcance do pleno domínio de habilidades que são hoje condição imprescindível para a inserção plena na sociedade letrada”, aponta o relatório do Inaf 2011-2012.
O estudo também indica que há uma relação entre o nível de alfabetização e a renda das famílias: à medida que a renda cresce, a proporção de alfabetizados em nível rudimentar diminui. Na população com renda familiar superior a cinco salários mínimos, 52% são considerados plenamente alfabetizados. Na outra ponta, entre as famílias que recebem até um salário por mês, apenas 8% atingem o nível pleno de alfabetização.
De acordo com o estudo, a chegada dos mais pobres ao sistema de ensino não foi acompanhada dos devidos investimentos para garantir as condições adequadas de aprendizagem. Com isso, apesar da escolaridade média do brasileiro ter melhorado nos últimos anos, a inclusão no sistema de ensino não representou melhora significativa nos níveis gerais de alfabetização da população.
“O esforço despendido pelos governos e também pela população de se manter por mais tempo na escola básica e buscar o ensino superior não resulta nos ganhos de aprendizagem esperados. Novos estratos sociais chegam às etapas educacionais mais elevadas, mas provavelmente não gozam de condições adequadas para alcançarem os níveis mais altos de alfabetismo, que eram garantidos quando esse nível de ensino era mais elitizado. A busca de uma nova qualidade para a educação escolar em especial nos sistemas públicos de ensino deve ser concomitante ao esforço de ampliação de escala no atendimento para que a escola garanta efetivamente o direito à aprendizagem ”, resume o relatório.
A pesquisa envolveu 2 mil pessoas, de 15 a 64 anos, em todas as regiões do país.
Veja quais são os quatro níveis de alfabetização identificados pelo Inaf 2011-2012:
Analfabetos: não conseguem realizar nem mesmo tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases ainda que uma parcela destes consiga ler números familiares.
Alfabetizados em nível rudimentar: localizam uma informação explícita em textos curtos, leem e escrevem números usuais e realizam operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias.
Alfabetizados em nível básico: leem e compreendem textos de média extensão, localizam informações mesmo com pequenas inferências, leem números na casa dos milhões, resolvem problemas envolvendo uma sequência simples de operações e têm noção de proporcionalidade.
Alfabetizados em nível pleno: leem textos mais longos, analisam e relacionam suas partes, comparam e avaliam informações, distinguem fato de opinião, realizam inferências e sínteses. Resolvem problemas que exigem maior planejamento e controle, envolvendo percentuais, proporções e cálculo de área, além de interpretar tabelas, mapas e gráficos.


Rota, a polícia que mata, e não cansa de matar...



Rede Brasil Atual


Ex-comandante da Rota incita seguidores do facebook contra jornalista


O coronel Paulo Telhada, ex-comandante da Rota que concorre a uma cadeira na Câmara dos Vereado res de São Paulo pelo PSDB, está utilizando sua página no Facebook para incitar a violência. Dentre as postagens, Telhada comemora as mortes praticadas por policiais da Rota e trata suspeitos por vagabundos. Na última polêmica em que se envolveu, o militar incita seus seguidores na rede a enviar e-mails e a telefonar para redação do jornal Folha de SP para pedir a cabeça do jornalista André Caramante, que publicou matéria que o deixou furioso. Em sua página, o coronel defende abertamente o golpe militar e afirma que a esquerda queria implantar uma ditadura no país. Telhada também aproveita o espaço para tecer elogios ao secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, e ao ex-governador e atual candidato à Prefeitura paulistana pelo PSDB, José Serra, que, segundo ele, foram os responsáveis por sua ida para o comando da Rota. 



Nota do Blog: O PSDB segue firme em sua marcha rumo a extrema-direita, defende o golpe e golpistas no estrangeiro e por aqui, acolhe psicopatas em suas fileiras (além de gangsters). A tukkkanagem cada vez mais se afunda no que há de pior em nossa sociedade, os valores que nortearam tal legenda, em seus primórdios, foram completamente postos de lado. Daqui a pouco não haverá mais como manter as palavras Social Democrata na legenda, visto que tal partido estará a anos luz do "social" e da "democracia", associado a barbárie. Com relação a Rota, sempre foi e sempre será um grupo de extermínio a serviço da burguesia delinquente que manda por essas plagas, mas um dia o reinado de horror desses assassinos a de terminar.


segunda-feira, 16 de julho de 2012

SP discute as ‘ruas da ditadura’


Avenida, rua e colégio (absurdo!) Filinto Muller, Av. Carlos Lacerda, rua Domingos Jorge Velho, Av. Roberto Marinho, etc, etc, etc... Até quando esta cidade e este estado vão cultuar assassinos e criminosos? 

A ditadura militar ainda sobrevive em São Paulo. Ao menos nas ruas, vultos do regime de exceção que governou o Brasil de 1964 a 1985 permanecem lembrados. Há décadas seus nomes batizam avenidas, praças e pontes por toda a cidade. Mas, no sábado, um desses personagens perdeu o direito à homenagem. Com um decreto do prefeito Gilberto Kassab (PSD), o general Milton Tavares de Souza, linha-dura da época, deixou de dar nome ao viaduto que liga a Penha, na zona leste, à Vila Maria, na norte, sobre o Rio Tietê, conforme mostrou o JT. A mudança traz à tona o debate em torno da utilidade da manutenção ou retirada dessas “homenagens”.
É necessário revisar a honraria e tirar das placas e guias de rua o registro dos figurões do regime autoritário? Existe quem diga que não. Filho do jornalista Vladimir Herzog (1937-1975), o engenheiro Ivo Herzog crê que os nomes “ruins, dos que foram vilões” devem ser mantidos. “Essas pessoas tiveram um papel, por pior que tenha sido. Nós devemos conhecê-lo. O que falta é dar nome de pessoas que morreram pela democracia a monumentos e viadutos.”
Seu pai foi encontrado enforcado nos porões da ditadura. Hoje, empresta o nome a duas ruas na capital. Uma, no bairro de Anhanguera, na zona norte, e outra na Lapa, na oeste, onde está a sede da TV Cultura, empresa em que trabalhava quando foi assassinado.
Ivan Seixas, integrante da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos, concorda que deva haver mais homenagens aos opositores do regime. Discorda, no entanto, de que os militares continuem servindo de mote para endereços. “Não faz sentido homenagear o criminoso e não a vítima. Tem que mudar e esclarecer o por quê da mudança.” Como exemplo, cita a Rua Doutor Sérgio Fleury, na Vila Leopoldina, na zona oeste. Trata-se de referência ao delegado que se transformou em um símbolo do autoritarismo.
“Ele foi condenado pela Justiça por ser membro do Esquadrão da Morte. Isso tem que ser colocado, para as pessoas que virem a placa não acharem que o doutor foi médico ou algo assim”, afirma Seixas, cujo pai morreu torturado.
Por toda a cidade – Chamado de Minhocão por dez entre dez paulistanos, o Elevado Presidente Artur da Costa e Silva, na região central, talvez seja o mais conhecido logradouro em memória de um dos líderes da ditadura na cidade. Mas o dirigente que promulgou o duro Ato Institucional n.º 5 é só parte da lista. São Paulo tem uma Avenida General Golbery do Couto e Silva, no Grajaú, na zona sul. O militar foi um dos articuladores do golpe de 1964. A capital tem também a Praça Augusto Rademaker Grünewald, no Itaim-Bibi, na zona sul. Ele formou a junta militar que governou por dois meses em 1969.
A própria Marginal do Tietê presta honra a um líder da ditadura. O presidente Castelo Branco, que dissolveu os partidos políticos, batiza boa parte da via no sentido Ayrton Senna, além de uma rodovia que começa na Marginal.
A professora Amélia Teles, da comissão de familiares, diz que as denominações devem ser trocadas, desde que se preserve em um ponto o nome antigo. “Devem pôr uma placa explicando que a via tinha outro nome e explicar que foi mudado porque tal pessoa foi parte de uma repressão que matou, estuprou e ocultou cadáveres.”